terça-feira, 18 de maio de 2010

E no mesmo tema o filme: Segurança Nacional.

Desculpem-me a chatice.
O post anterior foi muito comentado, não aqui no blog (dá pra ver), mas foi.
É duro para uma blogueira trazer seus comentários para o blog.

E eis que li uma crítica na uol sobre o filme Segurança Nacional.
Não vi o filme, parece que estreou em 7 de maio, mas sinceramente não me interesso por ele.

Porém, na crítica, da agência Reuters, de autoria de Alysson Oliveira (segue o link): http://cinema.uol.com.br/ultnot/reuters/2010/05/06/seguranca-nacional-esbarra-em-ufanismo-ingenuo.jhtm
o crítico afirma que o filme se apoia em clichês e frases de efeitos em muitas da falas do personagem principal.
Não sei se pelo ator, pelo personagem ou pelo enredo em si.

O fato é que o crítico ressalta uma das frases do personagem principal: "O narcotáfico é um câncer na sociedade."

Sem querer me estender muito: o que os pacientes de câncer tem com o narcotráfico?

Câncer na fala do filme tem algo a ver com podridão.
E desde quando um paciente de câncer tem esta característica? Ele tem uma doença.

Meu Deus, onde vamos parar?
Dá um desanimo...

3 comentários:

  1. Oi Fernanda.
    Não sei se o significado de cancer do filme é este, de podridão. Se for está completamente errado, mal aplicado. Mas se fizermos a analogia certa, que células cancerígenas, são células naturais do corpo (diferente de uma bactéria, por exemplo), que esta com alguma alteração estrutural e funcionamento, que se "espalha", entao o narcotráfico é um câncer, pois são comandados por Brasileiros ("células" iguais a todos cidadãos), que não funcionam direito (considerando as leis e os costumes como o mecanismo de funcionamento), que muitas vezes não são identificadas como "celulas" anomalas (o traficante pode se passar por cidadão de bem, prestar concurso, se candidatar a cargo politico, frequentar as rodas sociais) e sua permanencia no "organismo" Brasil, converte outras "celulas" não alteradas (aliciamento ao tráfico, aumento do numero de usuários) como um carcinoma. Todos gostam de criar, chavões e fazer analogias, mas nem sempre são felizes ou corretos nestes exercícios.
    Até mais
    Paulo Filipin

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  2. PS: Não defendo ou recrimino cegamente as analogias, acho que dá pra usar com bom senso, sem ofender. Especificamente no caso do câncer, acho que se bem empregada, ela tem coerência. Até porque, diferentemente, do caso anterior, onde é feito uma comparação com o doente (esquizofrênico, Bipolar) esta compara uma situação a uma patologia. Mas que já virou lugar comum, virou e, pior, não serve, para quem responsável por obrigação, como uma ferramenta de combate ou prevenção e sim, quase como um mantra de desculpa, de conformismo na impotencia da resolução, deste "cãncer" da sociedade brasileira (licença poética).
    até

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  3. Paulo,
    Adorei os comentários (os dois são seus?), porém, sigo pensando nos pacientes, eles não tem nada a ver com o pato.
    Esses dias o Danilo Gentille do CQC (adoro), perguntou a um sujeito nervoso e sem razão: "O senhor é bipolar?".
    Por essas e outras, e por nossa língua nos oferecer um monte de palavras incríveis, continuo contra metáforas com termos médicos.
    beijos,
    Euzinha.

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