quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Beatriz

Coincidências não existem, ou pelo menos não em minha tenra filosofia.
Pois não é que logo após a visita da Julinha - post Pé de Pano - me cai no colo a beleza da Beatriz.
A gata vive comigo, onde vou ela vai.
Nem no banheiro posso ir sozinha, já que ela fica miando, pedindo para entrar junto.
Claro que ela dorme comigo.
Ma há dias que as coisas mudam e parece que ela, e as vezes só ela, percebe.
Não ando nos meus melhores dias, o que faz do meu marido um verdadeiro Jó.
E da Beatriz minha grande companheira.
Não dorme comigo, mas em cima de mim.
Não sai de perto nem por decreto (como se gatos respeitassem decretos).
Se durmo horas, horas ela está lá.
Se fico horas acordada, horas ela me faz companhia.
Banho, café, sofá, cama, computador e ela no colo.
Por óbvio que eu já tinha percebido isso.
Mas não tinha enxergado com que energia ela o faz.
O amor sem restrições com que ela me olha.
Foi meu dulcíssimo quem me chamou a atenção.
Valeu Beatriz.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Natal.

O Natal. Ho! Ho! Ho!
Depois da missa, casa de mamãe.
Como é bom Natal com criança.
Muda tudo.
Este ano tivemos direito à presentes embaixo da lareira, luzinhas coloridas e tudo mais.
Lembramos, minhas irmãs, eu e minha prima, dos Natais de nossa infância.
Os presentes embaixo da árvore (de verdade)...
E eram muitos presentes - pais, tios, primos, até parente distante dava presente, nada de lembrancinha.
Colocávamos cadeiras perto da árvore e tentávamos adivinhar qual era nosso e o que era.
Masoquismo puro.
Só se podia mexer nos presentes depois da meia-noite, após infindáveis abraços.
Pois este ano, o reizinho, meu sobrinho de 2 anos, já chegou rasgando papel de presente.
E eram apenas 21:00.
Claro que foi direto no embrulho maior - um carro vermelho de pedal - e danou-se para o resto dos presentes.
Para mim, que comprei um livro de histórias, para o desespero da minha irmã, ele disse:
- Quero o carro.
Ficamos assim, meio órfãos, e cada um pegou o que era seu, enquanto ele andava de carro pela sala.
Bom Natal, foi um bom Natal.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pé de Pano.

Uma amiga, ainda em São Paulo, foi surpreendida com uma ninhada de gatinhos em sua porta.
Deu abrigo e procurou por possíveis lares.
Pedi para ficar com uma gatinha.
Depois da mamadeira, a gatinha chegou.
Com ela veio um irmãozinho que ainda não tinha onde ficar e ia passar um tempo conosco até encontrar um "onde ir" carinhoso.
Ele, o gatinho, chegou em casa e logo arrumou um nome: Pé de Pano.
Com a gatinha o negócio do nome empacou. Ela ia ficar e na vizinhança a gataiada tinha nome de respeito.
Karl Marx, Cleópatra, Freud, Che (esse era de uma simpatia...)
Tinha até um Michel Foucault! E um Mao!
Minha gata precisava de um nome forte, para se impor frente a tantos.
Os dias foram se passando e nada de um nome.
Enquanto isso o Pé de Pano, como que sabendo que iria embora, foi se achegando, aconchegando, se fazendo presente e amado.
Claro que ele não se foi, assim como o nome, ficou.
E a até então tímida Beatriz, ganhou o nome da eterna procura de Dante na Divina Comédia. Nome lindo.

Pois bem, sempre que me perguntam o nome dos meus gatos, sempre, sem exceção, querem saber o porque de "Pé de Pano".
Até ontem.
Ontem recebi a visita da Julinha, 5 anos, amiga da minha filha.
Quando perguntou o nome do gato e eu respondi: Pé de Pano, ela fez uma carinha de sabida e me perguntou:
- Pé de Pano? Igual ao cavalo do Pica-Pau?
Ufa!
Aê Pé de Pano, encontramos alguém que fala e entende a nossa língua.
Definitivamente, precisamos conversar mais com a Julinha.